Psicólogo Wilsius Norte

 

Como foi sua última crise de ansiedade?!

 

Consegue lembrar do que pensou durante a crise?!

 

É difícil lembrar, eu sei. Recordamos geralmente da sensação. Muitas vezes de momentos que antecedem as crises, mas no momento da crise, tudo fica meio nebuloso.

 

Nos cantos mais sombrios de nossa psique, onde as sombras se entrelaçam com os pensamentos, surge uma voz que ecoa como um grito silencioso.

 

Precisamos aprender a ouvir o que essa voz tem para nos dizer.

 

Ela é uma presença constante e implacável que se recusa a ser ignorada. Ela não vem apenas como um incômodo passageiro; ela é um mensageiro, trazendo consigo um recado que muitas vezes nos recusamos a ouvir.

 

Na agitada dança do cotidiano, a ansiedade muitas vezes se apresenta como uma companheira indesejada. Em nossa busca incessante por respostas rápidas e soluções imediatas, muitas vezes nos vemos em uma corrida desenfreada em direção à cura, como se fosse uma meta final a ser alcançada.

 

Precisamos aprender a ouvi-la, e também a observar os passos dessa dança.

 

A ansiedade é como uma tempestade que agita as águas calmas da nossa alma. Ela não é uma inimiga, mas sim um reflexo do nosso interior, um espelho que nos mostra as partes de nós mesmos que preferiríamos esquecer. Ela é a manifestação de medos, inseguranças e desejos não realizados. Ela quer nos dizer algo, algo que é difícil de encarar.

 

Ela não é apenas um sintoma a ser suprimido, mas uma voz interior que clama por atenção e compreensão. Ela é uma manifestação do inconsciente, trazendo à tona conflitos e desafios não resolvidos.

 

Nossa busca frenética pela cura muitas vezes nos impede de explorar o verdadeiro significado por trás dessa dança.

 

Quando a ansiedade se instala, é como se nosso próprio corpo estivesse clamando por atenção. Ela nos sussurra inseguranças sobre nossas capacidades, sobre o futuro incerto que nos aguarda. Ela nos faz reviver traumas do passado, como se estivessem acontecendo no presente. Ela nos mantém acordados à noite, rolando na cama, com a mente em um turbilhão de pensamentos. Ela nos afasta de tudo e de todos, e aos poucos nos consome.

 

Ao invés de buscar desesperadamente a cura, devemos nos perguntar: “O que ela está tentando nos dizer?”

 

A ansiedade quer nos fazer entender que não podemos mais ignorar as partes feridas de nossa alma. Ela é a ferida gritando por cuidado, a voz interior que exige que enfrentemos nossos demônios pessoais. Ela é intensa e dramática, porque nossas próprias emoções e conflitos internos são intensos e dramáticos.

 

Nós a combatemos com pílulas, terapias, e técnicas de relaxamento, buscando desesperadamente silenciar seu grito. Mas o que aconteceria se, em vez disso, a ouvíssemos? E se nos permitíssemos sentir a intensidade das emoções que ela carrega? E se, em vez de negar sua presença, abraçássemos sua mensagem?

 

A ansiedade quer nos falar sobre a necessidade de autocuidado, de amor próprio, de enfrentar nossos medos mais profundos e abraçar nossas vulnerabilidades. Ela quer nos mostrar que somos seres complexos, imperfeitos e, no entanto, dignos de aceitação e amor.

 

É o reconhecimento de que todos nós temos nossas limitações e sombras interiores. A ansiedade, em vez de um inimigo a ser derrotado, pode ser vista como uma oportunidade de crescimento. Ela nos ensina a entrar em contato com nossas próprias vulnerabilidades e a aprender a lidar com elas de maneira saudável.

 

Isso não significa resignação passiva, mas sim uma aceitação consciente e corajosa de quem somos, com todas as nossas imperfeições. É a compreensão de que a busca pela cura total pode ser uma ilusão, e que a verdadeira cura está em nossa jornada de autodescoberta e crescimento interior.

 

Então, da próxima vez que a ansiedade se manifestar em sua vida, não a ignore. Ouça seu grito silencioso, mergulhe nas profundezas da sua própria alma, e talvez, apenas talvez, você descubra que a ansiedade não é um inimigo a ser combatido, mas um guia para sua própria jornada de autodescoberta e cura.

 

Psicoterapia é algo que todos nós precisamos e estou aqui para isso.

 

E não esqueça: Você é Incrível!

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