Psicólogo Wilsius Norte

 

“A Pequena Sereia” é uma animação clássica da Disney que traz à tona temas importantes relacionados ao protagonismo feminino.

 

Estes dias vi a versão em Live Action e gostei bastante, então fiquei com a cantoria da Ariel na cabeça e decidi vir escrever um pouco sobre isso.

 

Ariel é retratada como uma jovem sereia curiosa, ansiosa para explorar o mundo humano – essa inquietação reflete seu anseio pelo desconhecido.

 

Ela se sente confinada ao reino subaquático, o que demonstra sua insatisfação com o status quo e o chamado para a autodescoberta, representando o arquétipo da “heroína”, uma figura corajosa que busca sua própria identidade.

 

– Quantos de nós não se sentem assim, confinados em nossas rotinas, a espera de algo que nos impulsione a sair daquele lugar que nos sufoca?!

 

A relação de Ariel com o mar e o mundo humano também pode ser interpretada como uma busca de equilíbrio entre o conhecido e o desconhecido – que sempre evoca, chama, desperta.

 

Ao encontrar o príncipe Eric, Ariel se apaixona e anseia por uma vida ao seu lado, levando-a a fazer um acordo com Ursula.

 

Sua natureza romântica e emotiva, a leva a tomar decisões impulsionadas por suas emoções. No entanto, após sua transformação em humana, ela passa por momentos de dúvida e insegurança, representando a inevitável construção da maturidade através do aprendizado – com os próprios erros.

 

Essa escolha pode ser interpretada como um enfrentamento do “lado sombrio” da psique, representado pela bruxa-do-mar, que se torna uma espécie de sombra ou antagonista. Ursula representa os desejos e impulsos negativos reprimidos, que podem surgir quando não são reconhecidos e integrados de maneira saudável.

 

A figura do Rei Tritão, pai de Ariel, pode ser vista como a representação do “Pai Arquetípico”, que muitas vezes serve como uma figura de autoridade, mas também pode ser superprotetor. O confronto entre Ariel e seu pai mostra um desejo de independência e liberdade, um aspecto essencial da busca pela identidade pessoal – e aqui precisamos refletir sobre a diferença entre independência e autonomia – e não, não falarei sobre isso hoje, mas em breve, acho.

 

A história avança e Ariel se vê diante de desafios que a levam a enfrentar suas próprias limitações. Percebemos a luta entre seus desejos pessoais e a necessidade de fazer escolhas difíceis para alcançar seus objetivos. Esse dilema reflete o processo de desenvolvimento pessoal, no qual é preciso abrir mão de certos aspectos ou apegos em busca de crescimento – o bom e velho adultescer.

 

No clímax do filme, Ariel enfrenta Ursula, representando um momento crucial de confronto com suas próprias inseguranças e medos. Essa batalha nos leva em direção à integração dos aspectos sombrios e luminosos de sua psique, em uma busca pela totalidade, um conceito fundamental para Jung.

 

Em cada evolução da história, podemos traçar perfis distintos de Ariel. Inicialmente, ela é uma jovem curiosa e sonhadora, ansiando por mais além do que seu mundo limitado pode oferecer. Em seguida, durante sua estada na superfície, ela demonstra coragem e determinação para alcançar seus objetivos, enfrentando desafios e desbravando o desconhecido. Na batalha contra Ursula, Ariel mostra sua força interior, resgatando a si mesma e sua voz, simbolizando sua capacidade de superar adversidades e enfrentar seus próprios conflitos internos.

 

“A Pequena Sereia” é mais do que uma história de amor e aventura. É uma expressão do Protagonismo.

 

A trajetória de Ariel retrata a complexidade da psique humana e a capacidade de uma protagonista de se tornar uma figura arquetípica inspiradora nos levando a refletir sobre nossa própria jornada de autodescoberta e evolução.

 

Psicoterapia é algo que todos nós precisamos e estou aqui para isso.

 

E não esqueça: Você é Incrível!

 

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